quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pais e Filhos (3)


Casa, família, trabalho  inesperadas  e tristes  preocupações  avassalou nossas vidas
 Depois que o meu pai faleceu ( 1972) minha mãe passou a morar com irmão e sua irmã, ele solteiro e ela viúva ambos mais velhos que mamãe. Convivência pacífica,  adoravam viajar para o triângulo mineiro todos os anos retornava carregados de presentes e doces, queijos da região, este dia era de festa, só alegria.
  Meu  netinho quase com um ano quando o  meu  tio companheirão de minha mãe  (com 87 anos) lúcido, gozando de muita saúde, não aparentava ter a idade que tinha,  uma forte gripe que desencadeou uma pneumonia que o levou em uma semana. Ficamos todos  muito abalados  ele era muito amado e paparicado por nós. Mamãe sofreu demais  sua partida ela era muito apegada a ele.
Mesmo tendo a idade avançada ele dirigia  a levava  para fazer supermercado, banco ,feira seu companheiro, sem ele tornou-se impossível deixá-las morar sozinha  mamãe com  80 anos tomando conta da madrinha de 91 anos .Foi quando eu me meu  marido decidimos ir morar com elas, na verdade não tínhamos escolha . Difícil decisão.
De vez em quando o meu filho caçula me perguntava:- e aí foi ao médico? - Vou marcar.
A  casa  da mamãe era uma casa  antiga , demos início a uma pequena reforma para acomodá-las melhor .Mamãe começou apresentar comportamento estranho, esquecida, guardava as ferramentas dos pedreiros e dizia que não havia pego, mexia  em todo material que chegava um sufoco , passou a ser uma senhora arteira
 Uma manhã  em meio do vai e vem de pedreiros percebi   que poderia cair uma tábua larga em cima dela eu corri para segurá-la de mal jeito, foi quando senti uma fisgada na coluna acompanhada de um pequeno estalo. Coloquei a tabua no chão e fui tomar banho para ir trabalha
 Nós revezávamos, para que elas nunca ficassem só,  meu marido chegava do serviço e saia . neste dia ao cair da noite senti um desconforto na coluna como se algo estivesse fora de lugar ajeitei a coluna para traz sentada na cadeira e forcei fez um  barulho ”trek”

A notícia (2)


                A rotina da casa foi aos poucos sendo  retomada , aproveitei para expor individualmente  o ocorrido  no mês anterior ( a produção do leite que não era leite),  primeiro para o meu marido depois para o meu filho mais velho e em seguida para as duas filhas. A reação de cada um foi  muito semelhante:  O sorriso sumiu do rosto surgindo um sério  ar de preocupação,que se refaz rapidamente em mensagem de esperança e fé : não há de ser nada , se Deus quiser.
Essa disfarçada tranqüilidade foi quebrada quando a conversa aconteceu com o filho caçula que e da área da saúde. Este não fez rodeios foi  logo dizendo:- você tem que ir ao médico, ou melhor já devia ter ido. Está saindo sangue ainda?
-Não respondi com os olhos arregalados, está saindo um liquido amarelinho da mama direita.
- Não enrola mãe, continuou ele, vamos marcar uma consulta, com essas coisas não se pode protelar. É para o seu bem, sabemos que você tem horror de ir ao médico  mas não é questão de escolha .Me deu um longo abraço na tentativa de amenizar a bronca necessária.
Naquela noite  o sono foi difícil de conciliar o sono,  suas palavras deveras me cravaram fundo na alma, a ficha caiu, chorei com o pensamento insistia : Será que eu  poderia estar com Aquilo? 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

COMO TUDO COMEÇOU (1)

                                                      
                                                          


   Mês de setembro, ano 2003, estava imensamente feliz, pois acabara de nascer meu primeiro netinho, filho da minha filha mais velha, criança sempre bem vinda é renovação em nossa vida.
   15 dias se passaram e minha filha foi assolada por uma faringite, acompanhada por febre altíssima a qual deixou prostrada. O nenê talvez por estar "fluidificamente" ligado a mãe mudou de comportamento tornando-se agitado e chorão; Ela veio para a minha casa para eu cuidar dos dois, medicação, alimentação, embalar o nenê tudo que era possível, os dias se passavam, a febre nas alturas não tinha o que fazer, só me restava rezar, dia e noite noite e dia.
   Nesse cenário de aflição, em uma noite  embalando o nenê bem juntinho ao corpo, cantarolando uma canção de ninar, na tentativa de acalmá-lo, tive uma nítida  sensação inesperada, algo mexia dentro do meu seio, semelhante de quando amamentava meus filhos, levei um susto tão grande que as pernas bambearam, pensei:
   - Será que vou ter leite?
   Tinha ouvido história de mulheres que passaram a produzir leite ao cuidar de recém nascido; Fui ao banheiro apertei o bico do seio, para a minha surpresa não saiu leite, saiu umas gotas de sangue escuro acompanhado de um líquido amarelo, olhei horrorizada para aquilo, mas não disse nada a ninguém, não queria preocupá-los ainda mais.
    Os dias se passaram e com eles mãe e filho ficaram tão bem que puderam retornar para sua casa, os primeiros dias senti muita falta, a casa ficou vazia, estranho, somos mãe eternamente e acreditamos que nossos filhos só estariam bem ao nosso lado..